Chico Buarque: das memórias do artista brasileiro ao onírico

por Claudio Paris – Prof Magrão

 

Ontem recebi um presente: rever após muitos anos o antigo Cine Bristol, inaugurado em outubro de 1971. Atualmente, no local, há o Cine Cauim entidade com notável atividade cultural, sem fins lucrativos, um oásis na aridez cultural contemporânea. O presente foi completo pela apresentação de Chico – Artista Brasileiro filme de Miguel Faria Junior.  É uma oportunidade singular de vislumbrar os últimos 50 anos da história brasileira, determinantes para se compreender o Brasil de hoje, ao visitar as memórias de Chico Buarque de Holanda,  considerado por muitos, o maior artista brasileiro.

Desde os festivais da record nos anos 60 – A Banda vencedora de 1966, transformou-o em popstar aos 22 anos – suas memórias do exílio, a ditadura, os anos de chumbo na década de 70, as mobilizações pelas diretas em 1984, o advento da internet no fim dos anos 90 – período que se lançou com estrondoso sucesso na literatura – Chico demonstra domínio pleno de sua arte, da análise do cotidiano ao engajamento político, da militância política ao imaginário e onírico.

No filme fui das lágrimas (perdi a conta das vezes que chorei) ao riso, em especial o episódio recente do seu quinto romance, de caráter autobiográfico, O Irmão Alemão, que narra em detalhes o nascimento do irmão alemão de Chico, nascido em 1930 e falecido aos 50 anos, em 1981, fruto de um romance de seu pai, Sérgio Buarque de Holanda,  com uma alemã. O irmão alemão de Chico existia mesmo! E pasmem, era cantor, assoviador como Chico, apresentador de tv na extinta Alemanha oriental e galã, como o Chico, capaz de levar muitas mulheres ao delírio. São famosos os gritos “lindooooooo!” em seus shows, desconcertantes para Chico, um notório tímido em público, fato negado por ele e seus amigos.

Para que gosta de futebol,é torcedor do fluminense, ele mostra sua face amante da bola e da alegria, adepto das famosas “peladas”. Fundou o Politheana, time com um hino maravilhoso, como se vê aqui.

Registro, por fim, uma surpreendente e emocionante participação. Ao cantar Sabiá, a cantora portuguesa Carminho  arrebata-nos, em impactante apresentação, transportando-nos ao universo do grande parceiro dessa e tantas outra canções, Tom Jobim. Onírico!

 

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