Origem das mitocôndrias e cloroplastos (teoria endossimbiótica)

Endossimbiose: Lynn Margulis

A Síntese Moderna estabeleceu que com o tempo, a seleção natural, que age nas mutações poderia gerar novas adaptações e novas espécies. Mas isso significa que novas linhagens e adaptações se formam somente por ramificações das antigas e por genes herdados da linhagem ancestral? Alguns pesquisadores responderam não. A evolucionista Lynn Margulis mostrou que um evento organizacional de grande porte na história da vida provavelmente envolveu a fusão de duas ou mais linhagens através da simbiose.
No final dos anos de 1960, Margulis (esquerda) estudou a estrutura das células. As mitocôndrias, por exemplo, são corpos retorcidos que geram a energia requerida para o metabolismo. Para Margulis, elas se parecem muito com bactérias. Ela sabia que essa similaridade sempre havia chamado a atenção dos cientistas desde a descoberta da mitocôndria no final dos anos 1800. Alguns até sugeriram que a mitocôndria se originou de uma bactéria que vivia em simbiose permanente dentro de células de animais e plantas. Havia exemplos paralelos em todas as células vegetais. As células de plantas e algas têm um segundo conjunto de organelas que elas utilizam para executar a fotossíntese. Conhecidas como cloroplastos, elas capturam energia que recebem do sol. A energia conduz reações bioquímicas incluindo a combinação de água e dióxido de carbono para produção de matéria orgânica. Os cloroplastos (abaixo, à direita), como as mitocôndrias, possuem grande semelhança com as bactérias e cientistas se convenceram de que ambos evoluíram de bactérias simbiontes – que descenderam de, especificamente, cianobactérias, (acima, à direita), pequenos organismos aproveitadores de luz que abundam em oceanos e água doce.

Cloroplastos podem ter evoluído a partir de cianobactérias

Margulis e outros criaram hipóteses onde cloroplastos (embaixo) evoluíram de cianobactérias (em cima).
Quando um dos professores dela viu DNA dentro de cloroplastos, Margulis não ficou surpresa. Afinal de contas, isso é justamente o que você esperaria de um parceiro simbiôntico. Margulis passou grande parte do resto de 1960 aperfeiçoando seu argumento de que a simbiose (veja a figura à direita) era uma força não reconhecida, porém principal na evolução das células. Em 1970 ela publicou sua afirmação no The Origin of Eukaryotic Cells (A Origem da Célula Eucariótica).
FONTE http://www.ib.usp.br/evosite/history/endosym.shtml

Lynn Margulis

Foto: University of Massachusetts, Amherst/Divulgação

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admin

professor, especialista em educação, autor e mantenedor escolar