1o e 2o vitrola do Gilberto Gil está no ar #varall
Gil, sobre a infância na cidade onde morava, no interior da Bahia, onde saía correndo ao som do primeiro clarinete da Banda, que dava inicio aos festejos da padroeira e parecia invadir tudo.
Sua carreira começou no acordeon, ainda nos anos 50. Inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio, pelas procissões na porta de casa. No interior do Nordeste a sonoridade que explorava era a do sertão, até que surge João Gilberto, a bossa nova, e também Dorival Caymmi, com suas canções praieiras e o mundo litorâneo, tão diferente do mundo do sertão. Influenciado, Gil deixa de lado o acordeom e empunha o violão, e em seguida a guitarra elétrica, que abrigam as harmonias particulares da sua obra até hoje. Suas canções desde cedo retratavam seu país, e sua musicalidade tomou formas rítmicas e melódicas muito pessoais. Seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, concentrava sua forma particular de musicar elementos regionais, como nas conhecidas cançõesLouvação, Procissão, Roda e Viramundo.
Em 1963 ao conhecer o amigo Caetano Veloso, na Universidade da Bahia, Gil inicia com Caetano uma parceria e um movimento que contempla e internacionaliza a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. A chamada tropicália, ou movimento tropicalista, envolve artistas talentosos e plurais como Gal Costa, Tom Zé, Rogério Duprat, José Capinam, Torquato Neto, Rogério Duarte, Nara Leão entre outros. Este movimento gera descontentamento da ditadura vigente, que o considera nocivo à sociedade com seus gestos e criações libertárias, e acaba por exilar os parceiros.
O exílio em Londres contribui para a influência ainda maior dos Beatles, Jimmi Hendrix e todo o mundo pop que despontava na época, na obra de Gil, que grava inclusive um disco em Londres, com canções em português e inglês.
Ao retornar ao Brasil, Gil dá continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias de hoje. São ao todo quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com 9 Grammys. Entre LPs, Cds e DVDs, como Expresso 2222, Refazenda, Viramundo, Refavela, Realce, UmBandaUm, Dia Dorim, Raça Humana, Unplugged MTV, Quanta, Eu Tu Eles, Kaya N`Gandaya, Banda Dois, Fé na Festa, Concerto de Cordas e Máquinas de Ritmo com Orquestra, entre tantos outros, Gil criou uma vasta e abrangente obra musical e áudio visual. Seu último trabalho,Gilbertos Samba, é uma reinterpretação de canções gravadas por João Gilberto e uma homenagem do “discípulo para o mestre”.
Cada novo projeto de Gil tem suas formas consolidadas em suas diversas tournées pelo mundo. Todo disco vira show e muito show vira disco. Sempre disposto a realizar turnês nacionais e internacionais para cada novo projeto, Gil é presença confirmada anualmente nos maiores festivais e teatros da Europa. Realizou diversas turnês pelas Américas, Ásia, África, e Oceania. Gil tem um público cativo em seus shows no exterior, desde suas primeiras apresentações internacionais em 1971, a partir da sua marcante participação no festival de Montreux, em 1978.
Em 2002, após sua nomeação como Ministro da Cultura, Gil passa a circular também pelo universo sócio político, ambiental e cultural internacional. No âmbito do Minc, em particular, desenha e implementa novas políticas que vão desde a criação dos Pontos de Cultura até a presença protagonística do Brasil em Fóruns, Seminários e Conferências mundo afora, trabalhando temas que vão desde novas tecnologias, direito autoral, cultura e desenvolvimento, diversidade cultural e o lugar dos países do sul do planeta no mundo globalizado.
Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, de Artista da Paz pela UNESCO em 1999, Embaixador da FAO, além de condecorações e prêmios diversos, como Légion d’ Honneur da França, Sweden’s Polar Music Prize, entre outros.
Um Embaixador musical único, movido pela convicção cultural.
fonte
http://www.gilbertogil.com.br/sec_bio.php
1o episódio
2o episódio