Aula invertida: o fenômeno Flipped Classroom

A sala de aula invertida é uma abordagem na qual os conteúdos são apresentados antes da aula para serem retomado não na forma de aula expositiva, mas com atividades dirigidas capazes de otimizar o ensino e a aprendizagem.
Esse vídeo nos dá mais informações relevantes, de forma rápida e descontraída:

Na sala de aula invertida o roteiro feito pelo professor é a chave de seu êxito. Para começar, você escolhe um tema e planeja sua aula a partir do desenvolvimento e enfoque dado. Veja a seguir, uma sugestão de um pequeno roteiro, possível de ser modificado de acordo com sua atividade:
1. Grave um vídeo e peça aos alunos para assistirem após sua aula anterior a essa atividade, aponte o tema a ser estudado, destaque as páginas a serem lidas e peça aos alunos para tomarem nota em seus cadernos.
2. Oriente-os a analisar atentamente o conteúdo, elaborar possíveis dúvidas ou perguntas, selecionar temas importantes e anotar conceitos ou palavras a serem esclarecidos na aula presencial com você.
3. Comece a aula resumindo em pouco tempo o tema escolhido, o ideal seria não mais que um minuto, e em seguida oriente os alunos a construírem um pequeno texto com “um conceito e uma dúvida” baseados na compreensão que tiveram do tema.
4. Peça aos alunos para responderem questões contidas no material didático adotado por eles, justificando por escrito sua resposta. Note que várias competências e habilidades são avaliadas apenas se o aluno chegar até esse ponto.
5. Oriente-os a redigir uma questão discursiva que será respondida por um colega de sua escolha. A seguir, é possível inverter os papéis e pedir para que eles atuem em duplas de forma colaborativa.
6. Você pode no decorrer da atividade se dirigir às duplas e , de modo particular, orientá-las e esclarecer possíveis dúvidas.
7. Monte um painel (Varal, que tal o instagram?) com os textos dos alunos ou faça um plenário (que tal reunir seus alunos em círculo?) no qual todos possam participar sob sua mediação e condução.
Vale a pena se apropriar de mais uma estratégia educacional capaz de unir tecnologias de informação, mobilização dos alunos e seu protagonismo.
outras fontes de consulta


Cyberbullying: violência sem rosto, sem corpo e sem fim

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Claudio Paris

O termo bullying é de difícil tradução para o português, pois Bully, em inglês, tem significado próximo ao nosso “valentão”, originado de Bull (touro), na sua designação literal. Dessa forma, bullying pode ser entendido como “intimidação”, “humilhação” ou “sofrimento”. Deixando a parte o estrangeirismo, a palavra cyberbullying foi escolhida por nós para designar um certo fenômeno, ainda pouco compreendido por especialistas, de uma violência originada muitas vezes sem intenção para tal.

Apesar disso, ele resulta na vitimização da criança ou do jovem, causando-lhe sofrimento, perturbação e consequências danosas, tendo em vista que ele é incapaz de se defender contra essa modalidade de agressão sem rosto, sem corpo e sem fim, cujo espaço é a internet, em especial, as redes sociais.

Com a utilização massiva dos dispositivos móveis, como smartphones, a internet invade o espaço físico da escola por vezes, o ciberespaço se interpõe ao espaço escolar, ocupando importante papel no processo de desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes.

Os sites de relacionamento, em especial os microblogs, como Twitter, e as redes sociais, como Facebook e Orkut, são apenas plataformas para se estabelecer vínculos virtuais. Na sociedade contemporânea, adolescentes e crianças criam suas redes sociais, em grande parte das vezes, na escola. Daí, tais redes migram, quase que instantaneamente, para o espaço virtual, reverberando vários aspectos do âmbito escolar, em especial a violência.

Nessa perspectiva, surge a maioria dos casos de cyberbullying, ou seja, o bullying praticado no cyberespaço. E a violência utilizada no mundo virtual reflete aspectos das práticas desse fenômeno no mundo real: sofrimento e humilhação da vítima e incapacidade de se defender das agressões.

Na escola, os agressores são facilmente identificados e confrontados pela autoridade escolar vigente, quando há denúncia da sua prática. Já nessa “perturbação online”, isso é muito mais complexo, pois seu autor pode criar um perfil falso, uma comunidade do Orkut ou página de Facebook anônima, tornando seu combate muito mais difícil.

A crescente escalada do bullying e do cyberbullying, segundo especialistas, está ligada a uma cultura individualista e competitiva, que marca o advento da sociedade contemporânea. E o combate a esses fenômenos será tão mais exitoso quanto maior for a interferência dos variados protagonistas do espaço escolar: pais, professores, gestores e comunidade em geral.

Como professor fundador de um colégio em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, passei por uma interessante experiência. O grupo de teatro da escola, composto por professores e alunos, teve a iniciativa de organizar um projeto para despertar a atenção para o problema do bullying.

Para isso, criou uma apresentação que culminou com um vídeo e uma performance impactante e polêmica. Sem aviso prévio, os alunos membros do grupo assistiram a aulas com vários dizeres pintados na testa: “burro”, “nerd”, “retardado” etc. No dia seguinte, substituíram as palavras por “tolerância”, “convivência” e “respeito”, entre outros, seguidos de um testemunhal em cada sala, convidando os demais colegas da escola a assistirem sua apresentação e se engajarem no combate a essa prática.

De acordo com a especialista Rosely Sayão, “o verdadeiro bullying só acontece em situações em que os mais novos se encontram por conta própria, sem a companhia e a tutela de adultos, sem ainda ter condições para tal. Caro leitor: se você tem filhos, não os prive da companhia de colegas diferentes no comportamento, na idade etc. Esses relacionamentos, mesmo conflituosos, são verdadeiras lições de vida para eles que, assim, aprendem a criar mecanismos de defesa, a avaliar riscos e, principalmente, a reconhecer as situações em que precisam pedir ajuda”.
Essa afirmação está de acordo com minhas impressões e análises.

Defendo o estímulo à convivência com o diferente, a construção de práticas solidárias e o saber olhar para o outro. Isso se materializa, ocorre no cotidiano, por meio do exercício da cidadania, de práticas esportivas e manifestações artísticas como teatro, dança e sarau de poesias; entre outras. Tais iniciativas colaboram para fortalecer a solidariedade e o respeito mútuo, criando condições para reduzir as práticas de cyberbullying e minorar seus impactos.

veja a seguir: